terça-feira, 21 de setembro de 2010

desabafo de uma mãe

Carolina Stanisci
Clipping Educacional - Estadão.edu
Ter as bochechas apertadas, ser beliscado e até virar alvo de gozação de toda a turma, até certo ponto, fazem parte dos percalços da convivência escolar. Mas e se a “brincadeira” é colocar a cabeça dentro do vaso sanitário e enfiar a língua dentro d’água, como L., de 9 anos, fez a pedido de alguns colegas?
Pais e direção não souberam como agir no caso do aluno do 4.º ano do ensino fundamental da tradicional escola particular Ofélia Fonseca, no bairro de Higienópolis, em São Paulo. A história de L., assediado por colegas há um ano, provocou um jogo de empurra de responsabilidade entre família e escola.
Quando soube do episódio, a mãe de L., a jornalista Ana Paula Feitosa, de 38 anos, ficou muito nervosa e também incomodada com a falta de ação da escola, onde seu ex-marido havia estudado. “Fiquei sozinha nessa história. Achei um descaso”, conta ela, que diz ter procurado o colégio por várias vezes no último ano para tentar dar fim às chacotas contra o filho.
O dono do Ofélia Fonseca, Sergio Brandão, afirma que foram “tomadas as medidas” e diz estar “tristíssimo” com o caso, que culminou na transferência de L. e na expulsão de outro colega, supostamente um dos algozes. “Foi como perder um filho.”
Para Brandão, a fragmentação das famílias, com pais ausentes, atrapalha o ambiente escolar. “Às vezes, as crianças chegam chateadas e têm atitudes imprevisíveis. Elas não dão problema. Os adultos, sim.”
A história de L. não é um caso isolado de bullying em escola particular. Com medo da repercussão negativa, os colégios em geral abafam os episódios. Os pais, preocupados com o estigma, escondem a situação.
Ana Paula preferiu inverter a lógica do silêncio. Para se livrar da angústia que não passava, decidiu contar a história de seu filho. “Ele sempre foi fechadinho, imaturo e quietinho; é filho único. Mesmo assim, nunca achei que fosse acontecer com ele. Agora, sempre alguém vem com um caso para me contar.”
Para especialistas na área, a jornalista e o pai do menino, o técnico em eletrônica Marcelo Cortelazo, de 37 anos, agiram corretamente ao dividir a experiência com outras pessoas. A psicóloga Lídia Webber, do Núcleo de Análise de Comportamento do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Paraná, diz que não é possível esconder esse tipo de situação.
A psicóloga considera saudável que o tema seja amplamente discutido pela sociedade. As escolas, tanto particulares como públicas, diz Lídia, não têm conseguido adotar estratégias eficientes para dar conta da violência entre as crianças e adolescentes – e ela tem se intensificado.
“Lá fora, o bullying é tratado na base da tolerância zero”, diz Lídia. E isso não significa que as crianças sejam punidas pelo Estado. Ao contrário, ao menor sinal de que algo anda mal, providências intensas são tomadas, envolvendo pais e direção. “O menino que faz o bullying tem de sofrer consequências, dentro da escola”, diz.
Para Miriam Abramovay, coordenadora de pesquisas da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), o acompanhamento escolar cuidadoso e constante é necessário.
No caso do Ofélia Fonseca, as medidas para sanar a situação de L., como conversas entre as crianças, para que elas se conscientizassem sobre o assunto, foram tomadas. “A escola, muitas vezes, faz alguma coisa. Mas essas ações precisam de tempo para amadurecer”, diz Cléo Fante, pedagoga da ONG Plan.
Legislação. Na opinião de alguns especialistas, parte da confusão sobre o que fazer ao se deparar com um caso de bullying na escola particular ocorre porque ninguém tem muito claro como agir. Há lacunas na legislação e faltam políticas específicas.
“Não existe na esfera federal uma política pública sobre isso”, diz Cléo. Projetos de lei tramitam no Congresso, tanto no sentido de prevenir a violência na escola como para criminalizar condutas. Um deles foi aprovado em julho pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados e alteraria a Lei de Diretrizes e Bases (LDB).
A proposta tem o objetivo de acabar com a “exclusão do aluno do grupo social, a injúria, calúnia e difamação, a perseguição, discriminação e uso de sites e redes sociais para incitar violência”.
No Estado de São Paulo também existe um projeto de lei. Em Santa Catarina e Rio Grande do Sul foram aprovadas normas nesse sentido. Políticas públicas também foram adotadas pela Secretaria Estadual de Educação paulista, como o Prevenção Também se Ensina.
“Os programas têm diminuído muito os casos de bullying”, diz Jurema Reis Corrêa Panza, coordenadora do departamento de educação preventiva da Fundação para o Desenvolvimento da Educação, ligada à secretaria.
Nem todos, porém, apostam em políticas públicas antibullying, como Arthur Fonseca Filho, do Conselho Estadual de Educação de São Paulo. “O melhor é que cada escola resolva a situação”, afirma.

Depoimento
ANA PAULA FEITOSA
MÃE DE VÍTIMA DE BULLYING
“Ele me ligou na quinta-feira (há duas semanas) e contou que tinha feito uma brincadeira ‘verdade ou desafio’ e teve de lamber a privada. Eu perguntei a ele por que fez isso e ele disse: ‘Mãe, você não está entendendo, eles iam me fazer dançar a dança da galinha.’ Gritei tanto ao telefone, não acreditei e chorei muito.”
Definição do termo
‘Bullying’ é empregado para designar a agressão física ou psicológica entre colegas, que ocorre repetidas vezes, sem motivação concreta.

fonte - Estado de São Paulo.

fonte: http://www.estadao.com.br/

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Cronograma - Dia de combate ao Bullying escolar - E.E. Alberto Bacan

Guarulhos,  09 de Setembro 2010.


APRESENTAÇÃO DOS PARTICIPANTES                              19h30

APRESENTAÇÃO DA PESQUISA ESTATÍSTICA                  20h

APRESENTAÇÃO DO CURTA SOBRE BULLYING               20h 15min.

PALESTRA COM A PSICÓLOGA
DRa. MARTA FORGHIERI                                                        20h 30min.   


PALESTRA COM O ADVOGADO

DR. LAERCIO ALARCON                                                         21 h



ESPAÇO INTERATIVO                                                             21h30



ENCERRAMENTO                                                                    22h

DIRETORA DA E.E. ALBERTO BACAN - PROF. MARIA DO CARMO

projeto de combate ao bullying escolar - E.E Alberto Bacan

A principal justificativa para a elaboração deste projeto é o objetivo de identificar, prevenir e combater qualquer tipo de violência, principalmente o bullying, entre o grupo discente da escola estadual Alberto Bacan, e também, por entendermos que é possível encontrar meios para dar verdadeiro sentido às relações humanas, quer seja no ambiente escolar, quer seja na sociedade como um todo.


A idéia de abordar as práticas de bullying num projeto interdisciplinar partiu dos professores das disciplinas biologia, língua portuguesa e matemática, que em suas práticas pedagógicas, notaram a necessidade e a urgência de um trabalho como esse, tendo em vista as diferentes agressões (moral, física, verbal e outros), vivenciadas no cotidiano das atividades escolares, nos diferentes tempos e espaços.

Diante dessa realidade e imbuídos do nosso papel de educadores, buscamos criar situações favoráveis às aprendizagens e à formação cidadã dos indivíduos. Assim, vimos na realização de um trabalho sobre as práticas de bullying uma possibilidade para enfrentarmos o problema.




3. – ESTRATÉGIAS

Não existem soluções simples para se combater o bullying. Trata-se de um problema complexo e de causas múltiplas. Portanto, cada escola deve desenvolver sua própria estratégia para reduzí-lo.

A escola deve agir precocemente contra o bullying, quanto mais cedo o bullying cessar, melhor será o resultado para todos os alunos.



3.1 - ATIVIDADES PROPOSTAS

O primeiro passo a ser dado resume-se na aplicação de um questionário de pesquisa com a participação de todos os alunos do ensino fundamental e médio da escola, antes de receberem qualquer tipo de informação sobre o bullying. Apenas um pequeno texto, apresentado no momento da aplicação, tenta situar os estudantes dentro de conceitos sobre os quais se deseja obter opiniões.

Os resultados dessa aplicação vão determinar a prevalência, incidência e consequências do bullying na escola e serão mostrados através da elaboração de gráficos e afixação de cartazes promovendo ampla exposição dos dados.

Haverá presença de especialistas convidados como: psicólogos e advogados para palestrar e também a participação dos alunos em um fórum de debates nas dependências da escola. A apresentação será aberta à comunidade escolar.



3.2 - DESENVOLVIMENTO

• Debate sobre o assunto, mostrando que aquilo que pensam ser uma simples brincadeira pode trazer algum sofrimento para o colega e que, de acordo com a intenção, repetição e motivação, pode ser caracterizado o fenômeno bullying.

• Pesquisas sobre o tema na escola, para saber o que alunos, professores e funcionários pensam sobre o bullying e como acham que se deve lidar com esse assunto.

• Questionário entre os alunos sobre práticas que podem caracterizar bullying.

• Elaboração de um gráfico após o levantamento dos dados do questionário.

• Depoimentos dos alunos relacionados à prática do bullying.

• Encenação e reflexão da música “Até quando” do cantor Gabriel Pensador.

• Elaboração de um boletim informativo contendo os principais dados sobre bullying para ser distribuído na escola.

• Pesquisas sobre instituições e ONGS que trabalhem com o tema para divulgarmos novos conhecimentos promovidos pelo terceiro setor, norteando assim ações futuras.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

BULLYING NAS ESCOLAS

Em escolas, o bullying geralmente ocorre em áreas com supervisão adulta mínima ou inexistente. Ele pode acontecer em praticamente qualquer parte, dentro ou fora do prédio da escola. A escola que afirma não ter bullying ou não sabe o que é ou está negando sua existência, diz o médico pediatra Lauro Minteiro Filho, fundador da Associaçao Brasileria Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), que estuda o problema há nove anos.
Segundo o médico, o papel da escola começa em admitir que é um local passível de bullying, informar professores e alunos sobre o que é, e deixar claro que o estabelecimento não admitirá a prática.
Para prevenir o bullying é essencial promover o orientação, conscientização e discussão a respeito do assunto. Mas é claro que esporadicamente alguns alunos fazem brincadeiras inofensivas e se utilizam de palavras e comportamentos não adequados durante suas brincadeiras e isto nem sempre pode ser clasificado como bullying. Este deve conter uma vítima e um agressor, apresentando sinais caracteristicos para identificá-los, e é preciso avaliar a intensidade e o significado dessas atitudes. A observação constante e a parceria entre escola e familia são cruciais para a eliminaçao de tais comportamentos.
Quando identificado um autor e uma vítima, ambos devem ser orientados. Seus pais deverm ser alertados e estar cientes que seu filho, agressor ou agredido, precisa de ajuda especilaizada. O comportamento dos pais diante desse comunicado é muito importante, esse é um momento de aprendizado para todos e mostrar como controlar-se, manter a calma e evitar comportamento de violência é imprescindível.
Segundo especialistas, a escola não consegue resolver  o problema mas é normalmente nesse ambiente que se demonstram os primeiros sinais de um agressor. Portanto, o bullying só se resolve com o envolvimento de todos – direção, educadores, alunos e principalmente a família.
No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com 5.168 alunos de 25 escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. Entre todos os entrevistados, pelo menos 17% estão envolvidos com o problema – seja intimidando alguém, sendo intimidados ou os dois. A forma mais comum é a cibernética, a partir do envio de e-mails ofensivos e difamação em sites de relacionamento como o Orkut. Esses atos são responsáveis pela maioria das evasões escolares.
Em 2009, uma pesquisa pelo IBGE apontou as cidades de Brasília e Belo Horizonte como as capitais brasileiras com maiores índices de bullying, com 35,6% e 35,3%, respectivamente, de alunos que declararam esse tipo de violência nos últimos 30 dias.
Na Grande São Paulo, uma menina apanhou até desmaiar por colegas que a perseguiam e em Porto Alegre um jovem foi morto com arma de fogo durante um longo processo de bullying.
A legislação jurídica do estado de São Paulo define bullying como atitudes de violência física ou psicológica, que ocorrem sem motivação evidente praticadas contra pessoas com o objetivo de intimidá-las ou agredí-las, causando dor e angústia.
Os atos de bullying configuram atos ilícitos, não porque não estão autorizados pelo nosso ordenamento jurídico mas por desrespeitarem princípios constitucionais (ex: dignidade da pessoa humana) e o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. A responsabilidade pela prática de atos de bullying pode se enquadrar também no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram nesse contexto.


Tipos de bullying

-Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para atormentar os outros. Abaixo, alguns exemplos das técnicas de bullying:

  • Insultar a vítima; acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada.
  • Ataques físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou propriedade.
  • Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar, roupas, e outros, danificando-os
  • Espalhar rumores negativos sobre a vítima.
  • Depreciar a vítima sem qualquer motivo.
  • Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando a vítima para seguir as ordens.
  • Colocar a vítima em situação problemática com alguém (geralmente, uma autoridade), ou conseguir uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela não cometeu ou que foi exagerado pelo bully.
  • Fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa (particularmente a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal, orientação sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o bully tenha tomado ciência.
  • Isolamento social da vítima.
  • Usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas falsas sobre a vítima em sites de relacionamento, de publicação de fotos etc).
  • Chantagem.
  • Expressões ameaçadoras.
  • Grafitagem depreciativa.
  • Usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora) enquanto assegura o controle e a posição em relação à vítima (isto ocorre com freqüência logo após o bully avaliar que a pessoa é uma "vítima perfeita").
  • Fazer que a vitima passe vergonha na frente de várias pessoas.

aprenda sem sofrer.

1-      INTRUDUÇÃO

Somente há poucos anos, pedagodos americanos atentaram para as situações vexatórias pelas quais alguns alunos sistematicamente veem sofrendo nas escolas públicas e privadas em todos os níveis de ensino. Sem uma definição clara para o termo em português no Brasil, também se convencionou tratar o assunto pela palavra de origem inglesa bullying.
Bullying é um termo inglês utilizado para decrever atos de vilência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully – valentão) ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo incapaz de se defender .
O cientista sueco - que trabalhou por muito tempo em Bergen (Noruega) - Dan Olweus define bullying em três termos essenciais:
  1. o comportamento é agressivo e negativo;
  2. o comportamento é executado repetidamente;
  3. o comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.
O bullying divide-se em duas categorias:
  1. bullying direto;
  2. bullying indireto, também conhecido como agressão social.
O bullying direto é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos. A agressão social ou bullying indireto é a forma mais comum em bullies do sexo feminino e crianças pequenas, e é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social. Este isolamento é obtido através de uma vasta variedade de técnicas, que incluem:
  • espalhar comentários;
  • recusa em se socializar com a vítima
  • intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima
  • criticar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da vítima, religião, incapacidades e outros).

Características dos bullies

Pesquisas indicam que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido sugerido que um deficiente em habilidades sociais e um ponto de vista preconceituoso sobre subordinados podem ser fatores de risco em particular. Estudos adicionais têm mostrado que enquanto inveja e ressentimento podem ser motivos para a prática do bullying, ao contrário da crença popular, há pouca evidência que sugira que os bullies sofram de qualquer déficit de auto-estima. Outros pesquisadores também identificaram a rapidez em se enraivecer e usar a força, em acréscimo a comportamentos agressivos, o ato de encarar as ações de outros como hostis, a preocupação com a auto-imagem e o empenho em ações obsessivas ou rígidas.